domingo, 15 de novembro de 2009

Impressões cruas

Impressões cruas

O cheiro bom e forte
mas artificial
de bom-ar
coisas passando pela minha mente
eu não posso entender
conversa e papo pro ar

A música do rádio
e os prédios
sorrisos
e olhares (belos olhos)

(depois eu termino)

Eu de novo
Não, depois.





























esse texto foi escrito no melhor bar de todos os tempos, o chaplin.
eu tinha 14/15 anos e o chaplin era o bar onde eu ia com a tereza matar as aulas da tarde e aprender a beber e fumar.
o bar era todo decorado com frases e fotos do ator-diretor-roteirista, e as paredes da esquerda eram assinadas por todos os visitantes. ficava num porão que dava pruma esquina. lá dentro tinha outro cômodo onde alguns frequentadores de sempre ocupavam as mesas de aço.
apesar de tudo, era copo sujo.
lá eu bebia um drink ótimo, o aviãozinho: metade vodka, metade martini, muito gelo e um halls preto.
o dono era um ex-radialista, que abria de tarde só pra gente. enquanto ele limpava, a gente ficava conversando e bebendo lá dentro.
sem surpresa nenhuma, o lugar durou pouco tempo. antes ia gente de todo tipo, desde os tios até adolescentes querendo se divertir na monótona cidade de itaúna. acho que ele não era um bom administrador, e no fundo, aquele não era um ponto comercial bom. logo ele arrendou pra outro cara chato. acabou que mudou o nome, a decoração, virou um bar rosa, onde a gente não se sentia à vontade da mesma forma. a gente se sentia deslocado e quase hostilizado. logo acabou tudo também.

impressão crua se tornou o mote de outro trabalho. acho que não dou conta de defini-lo, mas algumas coisas são claras sobre sua natureza:
- de registro
- de distorção do conceito de autoria
- de gosto pessoal
- de situações
espero em breve escrever mais sobre isso. tem algumas coisas interessantes a se dizer, como por exemplo sobre as mensagens de celular do matheus.

o poema acabou entrando para o meu primeiro livro: isopor - ainda inédito em sua maior parte. depois disso foi o início de uma época onde eu comecei a escrever muitas madrugadas. eu escrevia muito, livros inteiros. esse período resultou - além de outras coisas - em um trabalho que gosto muito, uma coleção de quatro livros: (uma outra loucura). mas isso já é outra história...

6 comentários:

  1. nem acho que cheiro de bom-ar seja bom... mas esse poema é lindo, hein, moço?

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  2. Pra des
    marezar
    nada me
    lhor qu
    e um in
    censo d
    e safal

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  3. huuuuuuuum.... agora sim eu vi o que você editou..... doido, vei!!! me deu uma saudade.... coisa estranha, né... eu nem te conhecia nessa época... e não conheço a tereza; faz favor de me apresentar! beijo!

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lave











metâmero

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