quinta-feira, 1 de outubro de 2015

a maioria das coisas que eu observo
eu não julgo
querem que eu seja assim
mas eu não mudo
podem perceber que eu reparo
pela minha cara vira expressão
assim que conseguir distraio

olha aqui o poema da estiagem
a maioria das coisas não olho
eu não vejo
querem que eu seja aqui
mas eu me mexo
podem me dizer que eu faço
pode falar que eu ouço
assim que estragar reparo

desci um morro
olha, aqui eu não moro
assim que conseguir passar chego
pela minha cara
sem cansaço via
o reflexo da cidade
textura de luzes
rede de pontos luminosos
dentro de um breu ensurdecedor
um vazio brio seguro dentro
do conforto

olhei as grades
a maioria das coisas
que desejo não solto
eu não queria jogar
querem que eu
seja eu como ser

já pode descer
desse play
eu que sei
olhaqui o poema é esse
pode faltar que estrago
jogo tudo pro alto
por menor pormenor que seja

nasci um dia morro
reparar a maioria
das coisas que sinto
na minha cara de tacho
seja eu como
nasci um dia pra comer
no outro morro

as coisas nem sempre penso nelas
em conjunto
entono as palavras
daquelas que posso

bravo
desce daí

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