terça-feira, 28 de abril de 2015

nesses dias onde a sede é coberta de penumbra
fico aqui
encolho
do meu pequeno vejo
o espaço que se forma entre toda partícula
as enormes e complexas forças
do meu desafino vejo
o significado inexato nessa retícula
então olho
do meu espaço seja
mais um que se perde

como aquela vez que alguém desfez
tudo que acumulei
em barro construído como pássaro
em seda envolvida em casulo
em teia conquistado meu território

nesses tempos onde a carne encoberta perfura
finco aqui
colho
do ser pequeno vejo
o padrão da vibração informa as quelíceras
as longas e complexas cordas

como tudo que liquida dentro desta casca
nesses jogos onde o sangue transparece
jogado nessa terra o que sobra
onde a descoberta cede à sombra

como a vasta obrigação de sobreviver
nesses complexos emaranhados
criados pelos padrões fenomenais
abro espaço
meu olho
as breves e longas ondas
em ninho construído como pássaro
em folha enrolada em casulo
em furo fundo feito meu labirinto

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