quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

ontem esses corações
plantados escorrem no suave medo
de toda vida que se esbarra em pele
e todo esse pouco
que sangra mole
ontem esses chãos
sem mentes fixadas
na própria lida

ontem qualquer coisa sangra
toda cor é vermelha
todo pó é fugaz
essa sua minha vida que
que sangra pele
e todo esse
todo esse

ontem é cor dessa carne
os ramos das veias que nos faltam
e todo esse sangue
todo esse sal e água
imagem agarrada
suba entre orifícios
essa sua voz que me estanca
sem palavras
é o rosto que figura sobre osso
os ramos nas vestes que nos sobram
ontem é cor nesse cerne
onde toda coisa segue
e qualquer poesia é qualquer

que escapa


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