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sábado, 9 de maio de 2009

tem alguém aí?

cuidado, não precisa quebrar as portas
não é sempre que se quebra portas por raiva

e não vou escrever minhas memórias
pois são todas iguais e além
do mais
nunca lembro


adiei até esquecer



Por que não agora?
se meus sentimentos, instintos e razões que até a própria
alma desconhece são bem confusos
e repetidos
tédiosamente repetidos
iguais


tanta solidão
e só agora
e por que não agora?
me dou conta
me descubro mais e tão só

é muita companhia pra mim

companhia repetida demais pra mim


companhia demais pra mim

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

hoje

hoje
tomei o café e o leite
procurei
acordei assustado, do chão
minha cabeça parecia explodir
em pensamentos superficiais
leve torpor
isopor
café e cartas

hoje
escrevi um poema
dormi sem camisa
quase chorei

hoje
não cantei
não por não saber a letra
eu sabia
mas é que tinha alguém
me olhando

eu não suporto quando
as pessoas me censuram

hoje
leve angústia
princípio do sono
vi um filme
quase todo





hoje
quero ficar sozinho
só para saborear
o seco e frio
quero lembrar do que pensar
as palavras e a angústia
a melodia
hoje sem ilusão
mais um dia leve
quase torpor
profano

princípio da consciência

hoje
dormi de óculos
para ver as estrelas
pregadas no teto

hoje dormi
de cabelos molhados
lábios entreabertos
pensamento longe
lá na esquina

amanhã será hoje depois
não um novo dia
não um novo hoje
é o mesmo
distante instante





hoje
um dia de obras póstumas
pensamentos à toa agora
impressões mal passadas
mal engolidas digeridas como sapo
hoje dia de chorar e rir
dualidades e contrastes
desaprender desprender

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

eu acordei hoje ainda dormindo um sonho profundo
eu não quero acordar agora mas tudo que eu já senti me vem
eu já não tenho certeza se quero levantar daqui

Tão ridículo e desonesto comigo mesmo que
chega a ser redundante

mas uma de minhas ilusões coaguladas bolsa de sangue
mais uma de minhas doces e tristes ilusões quase sóbrias

sexta-feira, 13 de junho de 2008

criança criança, que esconde entre versos
triste a chorar
acalento coberto
virtude onde se escondeu?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

por aqui todos são vândalos

versos para gravar a canivete
que se mostram
para qualquer um na mesa

explica-se demais
dedica-se demais

por aqui não passa

mas aqui não tem ninguém

quanto mais se tenta mais se pensa
explicar o que não se entende

domingo, 9 de dezembro de 2007

outro dia de chuva

Senti cheiro de sabão
na chuva que veio
para lavar a alma dessa
tarde abafada grotesca lírica tarde amanhã finados
finos suaves tocantes e leves
Suave fragrância de tempero
às dez horas talvez
tarde demais para
fazer qualquer coisa
ou tentar resolver minha vida
ou querer pirar o verbo
E as gotas sobraram lá fora
deixaram um cheiro de asfalto e terra molhados
nos princípios
depois acostumaram com o barulho
de motores, serras, da serralheria e da chuva
Tarde de amantes à chuva
mortos pelo ácido
desistidos por mim

gotas e mais gotas
qual é, não consigo contar
que foi? não sei se isso é fúria
ou desilusão
apenas uma vontade de ter escrito
só coisas já escritas
passar a limpo

agora a chuva deixa um cheiro de sabão molhado
abafado
Hora normal para tomar um banho




noite dez horas: hora normal
dez noites e um rascunho de saudade
falta fica e sente
na rua do Benfica, princípio de utopia
não vivida, antecipada
na barragem do Benfica, corpos flutuando
na areia e lama
no morro do Bonfim, luzes e torres
para pegar o sinal
ondas eletromagnéticas e um nome que fascina

molhe-se, precisa de um banho
pólvora queimando rápido
queimando embaixo da chuva que parou
deixou tudo molhado
seco e frio
material como devia ser
Morto gosto do tempero
Senti a tarde correndo e eu sem poder correr
atrás
sem morrer e vendo o tempo
não alcançar

Devia percorrer o tempo
até achar aquilo que vai passar
ver as gotas de chuva escorrendo
pingando pingos de sangue
umedecendo o ar para passar
nos pulmões
afogando um escrevinhador de folhetins
baratos românticos fúteis que ainda existe
ou antes existia



Deixa eu sentir esse momento,
nunca aconteceu isso comigo
mas eu devia estar pingando de esperança
mas morte
os motes que acompanham a poesia
o épico que vive com a pretensão

mel pra urso de walt disney
alguma coisa pra tirar o salgado tempero
Desenhos com o olho e com o ar
os dedos e os peidos
algumas gotas e mais gotas

gotas e mais gotas
passar a limpo
o sujo e o solene
contar os momentos e
os espaços do tempo
amanhã feriado, tempo
(de lembrar e esquecer os que
parecem fazer falta e só se lembra
bons)

o sujeito hora normal: rascunho normal
tenho um princípio de espaço

contarei os espaços no tempo
os momentos princípios
tenho tempo, um espaço

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

espuma.


































o eterno conflito
distúrbio
interno
talvez pensado mais baixo
mas não existe um quinto dos infernos para ir
só o núcleo de terra
quente devorador
aconchegante


baba


por quê?

mas vai ter um elemento de transição
versos mais curtos
antigamente era mais natural
parece que faz alguns mil ânus

novo, terrivelmente novo
triste tutear
tatear, aliterações e assonâncias
terréveis
terra
terríveis falta de palavra

flocos


sorve




quase tudo

não é de propósito


agito a espuma já lá
explode


elementos
mente
terrívelmente

retorno
drásticamente


mente, mente mente
nada é verdade
mente descaradamente
mistura e agita

verde posso buscar o começo


eu acho que é tudo sobrio sério
demais para mim

surreal mente
racional










livro

metâmero

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