quarta-feira, 8 de junho de 2011

mantenha a cidade limpa

ê, é
sobrevoa a desordem num espaço multi dimensional
hiper-espaço hipertexto
a dimensão assimétrica
os prédios do centro de bh
o mana que escorre como cuspes no chão

os lugares são táteis mesmo quando gigantes
os prédios são férteis em memes mas sistemáticos não imagens
cerceam a desordem de arcângelos, poetas, chatos

os fascistas querem uma cidade estática
os donos querem uma cidade estática
os clientes querem uma cidade limpa
os fados, os fartos os indecisos vivem numa cidade estática
onde se acomodam

veem uma cidade estática não estética
em que se incomodam

5 comentários:

  1. Nossa! Poema ficou bom pra caramba! Que denuncia moral! Que denuncia politica! Marcos... depois daquela cv durante a pizza, quero o meu lugar... ingenuidade sei que não vou perder assim...
    Mas a indecisão... Com certeza!
    De verdade! Abraços Sinceros da Juju.

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  2. Novo blog, novo tudo. Vamos renovar a cidade, não higienizar!

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  3. A cidade. Vista do alto
    ela é fabril e imaginária, se entrega inteira
    como se estivesse pronta.
    Vista do alto,
    com seus bairros e ruas e avenidas, a cidade
    é o refúgio do homem, pertence a todos e a ninguém.
    Mas vista
    de perto,
    revela o seu túrbido presente, sua
    carnadura de pânico: as
    pessoas que vão e vêm
    que entram e saem, que passam
    sem rir, sem falar, entre apitos e gases. Ah, o escuro
    sangue urbano
    movido a juros.
    São pessoas que passam sem falar
    e estão cheias de vozes
    e ruínas . És Antônio?
    És Francisco? És Mariana?
    Onde escondeste o verde
    clarão dos dias? Onde
    escondeste a vida
    que em teu olhar se apaga mal se acende?
    E passamos
    carregados de flores sufocadas.
    Mas, dentro, no coração,
    eu sei,
    a vida bate. Subterraneamente,
    a vida bate.
    (Ferreira Gullar)

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  4. valeu, max! esse poema do gullar é foda. grande inspirador pra mim esse cara.

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lave











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