quinta-feira, 15 de outubro de 2015

o silêncio é o fim de tudo
e sua indiferença
esse esperar resposta
dói como a pele marca
raspa no chão
o enfim interminado da sua frase
inconcluso abandono então

já não tenho vontade de
venceu o debate
pode escolher

ou fechar o sim pra tudo
ausência nessa sina
soltambígua reescrita
esse remoer de remorso
deixa eu ser um troço
recente mensagem
renova o dito-portanto-escrito
do absurdo intermitente

já deu pra ver
vou só esperar
a esvanecer

já deu pra saber
fecha assim
ficam as coisas assim
ressignificam

já desesperar
não sei
não quis
já despedaçar
é a fome sem a vontade de comer
rumina bile à boca seca
dor amarga aperta como soco
cansei de girar
nada tenho a ceder
e nem sei

e nem por isso
as coisas ditas ficam reais
pode escrever
com poucos toques
linha do tempo
está tudo escrito
com seus próprios traços

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