sábado, 13 de agosto de 2011

poema para um machucado

a coisa mais lenta que há é um machucado que se fecha
a menina sai do banheiro onde esteve vomitando ou cheirando
o queimado no dedo há tanta tristeza para se ver em tudo
a coisa mais rápida que há não é piscar olhos nem pensamento


amanhece um novo dia mas por baixo do penso o buraco não é menor
amarela tanta cor que não é pele não é pelo buraco na parede
passa sol pela janela que arrepia as costas ao tocarem as partículas sem massa
pela dor pela culpa que se fecha abaixo da pele passa agulha

2 comentários:

  1. ''pela dor pela culpa que se fecha abaixo da pele passa agulha''.

    ''Deliberei amar.
    Corto em pedaços o músculo sangrento,
    alheio e triste a quem por isso culpo.
    Irmão, um dia aprenderemos a entender a entranha.
    E nunca mais seremos diferentes''

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