e eu desejo e me despreza
de volta ao que sou
ou não; de volta nada
eu te detesto
ah como eu te quero e te detesto
eu sempre perto
tão longe quanto os versos cantados
que me narram
ah te detesto
te desejo e odeio
merecer sentir
mas de volta ao que sou
eu sempre longe é isso
ah te detesto e imagino
tecidos e pele
e voz
mas nada
quando embora
me quer sem que eu soubesse
mas tudo
que eu queria
e olhava
meio olhar atrás da pilastra
meia foto
sorriso inteiro
ah mas sempre aéreo
desculpa pra ver de novo
é sempre longe e é isso
Assinar:
Postar comentários (Atom)
livro
- paranóia (11)
- coisa (8)
- (uma outra loucura) (7)
- isopor (5)
- [sangue (3)
- espuma. (3)
- poesia gritada (2)
- sociedade mutuante (2)
- vermes poéticos (2)
- anestesia (1)
- fissura (1)
- lucidez (1)
- marcos contra o gilete (1)
- obsessão (1)
- sarau urbano (1)
não sei se vai dar tempo de mandar o e-mail hoje.
ResponderExcluirencantador. e aí a pessoa não consegue parar de ler!
ResponderExcluirbeijoss
Grande Marcos, você conseguiu explicar a minha mudança como eu não consigo e não conseguiria, e ainda com lirismo. "se desiste mais uma vez / da busca de um eu ... se foge mais uma vez / pela busca de um outro", é bem isso. O que mais dizer? Como negar? Os poetas não deixam a si, a insônia não deixa a mim, mas continuamos. Nos encontramos é na sobriedade das coisas mínimas, porém poetas são inquietos e insistem na sandice, embriagar-se de palavras, "eu sempre perto / tão longe quanto os versos cantados / que me narram". Grande poeta, abraços do amigo norte-mineiro.
ResponderExcluir